Detalhe do Case

Prêmio Caio 25ª Edição

Case: Arenas Brazil Wind Power 2023

Arena Onshore

Candidato: Bueno Arquitetura Cenográfica
Cliente: Informa Markets
Segmento: Serviços
Categoria: Cenografia

Troféu Atmo Digital
Cenografia

Na 14ª edição o Brasil Windpower recebeu um público recorde de visitantes e congressistas nas plenárias e estandes. A conferência de energia eólica, é considerada uma das principais na América latina, e reuniu especialistas para falar de transição energética e temas do momento como, hidrogênio verde e novos parques offshore.  

O Brazil Windpower, mostra a cada edição o seu alto potencial de networking e difusão de conhecimento perante o mais alto escalão do setor eólico nacional e internacional, além de promover encontros e negócios entre centenas de profissionais do setor eólico em três dias de evento.
A novidade nesta edição foi a criação de uma segunda área de conteúdo. A Expo contou com a Arena Onshore e Arena Offshore, cada uma segmentando os conteúdos para um tipo de fazenda eólica, Onshore (na terra) e Offshore (nas águas).

A Bueno Arquitetura Cenográfica foi responsável pelo projeto e execução destes dois espaços para conteúdo, trazendo a ambientação dos auditórios, que mesclaram cenografia e  infraestrutura técnica para entregar  peças ainda mais  surpreendentes nesta edição.

O design enalteceu a temática do evento, trazendo peças cenográficas grandiosas, de técnicas extremamentes detalhadas, para fazer jus a tamanha importância e relevância das temáticas.

Na Arena Onshore, o desafio principal do projeto, foi a instalação de uma grande peça cenográfica aérea, com carga de aproximadamente 2,5 toneladas e precisou de 30 homens trabalhando de forma simultânea e coordenada para realizar a instalação. A inspiração desse projeto, assinada pelo arquiteto e cenógrafo, Ricardo Bueno, foi representar fielmente uma turbina eólica, em proporção real do tamanho P, cobrindo toda a extensão do auditório principal.

Já na Arena Offshore a alusão aos grandes parques eólicos em corpos d’água, normalmente no mar, se dá pelo posicionamento de uma turbina eólica nas mesmas proporções reais, porém cortada pela linha do horizonte, como vemos nos mares, instalada em balanço estrutural e suporte aéreo como fundo de palco do auditório. 

Além de cenografia e design, esse projeto ganha destaque pelo nível de engenharia técnica e complexidade projetual, com elementos importantes como cálculo estrutural, leitura e interpretação de desenho técnico, especificação de materiais, amplo conhecimento de performance de materiais e acabamentos que foram indispensáveis para o andamento desse projeto grandioso.

Galeria de Fotos

A arquitetura cenográfica tem a missão de transmitir uma mensagem, a narrativa do evento, através dos espaços. Nesse evento, buscamos unir dois conceitos principais: a grandiosidade do conteúdo e o conceito visual para transmitir a mensagem aos convidados. 



Cada um dos espaços projetados, a Arena Onshore e a Arena Offshore tiveram desafios próprios das técnicas necessárias para materializar o pensamento projetual, mas alinhados quanto às propostas conceituais, inspirações e materiais empregados para materializar as duas áreas.



Arena Onshore:

Para ambientar de maneira surpreendente, mantendo as conexões visuais entre o evento e a área de transmissão de conteúdo, a solução projetual proposta foi uma instalação aérea. 



Seguindo o conceito do evento, o maior da América Latina com a temática, foi pedido no briefing  do cliente a vontade de encantar e surpreender os visitantes. Replicando uma turbina eólica em tamanho real, do tipo P, com os mesmos materiais que utiliza normalmente nos seus projetos de cenografia, a Bueno conseguiu o intuito de desafiar a técnica e encantar. 



Abrangendo toda a área do auditório, a grande peça suspensa pesava 2,5 toneladas, e foi preciso muita técnica e engenharia construtiva para conseguir suspender com segurança uma peça dessa magnitude e proporções.  



Levando as potencialidades dos materiais ao extremo, a Bueno contou com materiais que já domina tecnicamente, como a estrutura metálica em box truss e o tecido tensionado, com alguns detalhes de marcenaria para dar vida à essa grande peça.Os mínimos detalhes foram pensados e replicados, como os parafusos cenográficos, que receberam até mesmo a marcação do tipo, como nas peças reais.

 

Vários estudos de design foram realizados, para recriar apenas com a técnica do tensionamento do tecido, modelagem e costura o formato da turbina, principalmente a angulação das pás. Para complementar as peças, dando o formato desejado, foram utilizados cabos de aço, para tensionar o tecido em alguns pontos. Também foram utilizadas chapas de MDF recortadas precisamente na router, para modelar algumas partes da peça.



O tecido escolhido foi a malha metalizada furtacor, que trouxe um tom metalizado e ao mesmo tempo elegante, referenciando o acabamento das turbinas. A forma como esse material recebe a iluminação cênica também foi determinante para sua escolha, que evidenciou todas as formas e curvas tão precisas que foram recriadas. 



Para dar profundidade a peça, e fazer referência ao logo do evento, dois aros de estrutura metálica, com revestimento em tecido preto e acabamento em flexled emolduravam a turbina, evidenciando seu design e proporções.



Arena Offshore:

Os parques eólicos offshore, são instalações grandiosas em corpos d'água, normalmente no mar ou grandes lagos, onde o vento é potencializado, e a superfície outrora ociosa pode ser utilizada para geração de energia. 



Nessa modalidade, a velocidade mais elevada dos ventos proporciona maior geração de energia do que em terra, e está trazendo debates e incentivos O Brasil apresenta um enorme potencial para exploração de energia eólica offshore e já tem quase 100 projetos, que somam cerca de 230 GW de potência, com pedido de licenciamento ambiental junto ao Ibama, mas todos ainda em estágios iniciais de desenvolvimento.



Na Arena Offshore a turbina eólica também é protagonista, mas desta vez aparece como fundo de palco. A posição privilegiada da arena, ao lado da praça de alimentação, fez com que essa escolha fosse acertada, pois possibilitou que a peça cenográfica pudesse ser vista de perto, com todos os detalhes em foco, e também ser peça de atenção para atrair o olhar dos visitantes para esta área de congressos. 



A posição da turbina, horizontal, faz alusão ao ponto de vista que temos dos parques eólicos na linha do horizonte, vistos da terra. Ainda assim, o design da peça manteve as proporções originais e tamanho real da turbina, tipo P. 



Esse projeto exigiu um estudo técnico detalhado. Com a base estrutural localizada no aro central da turbina, e as pás recebendo a maior carga estrutural na diagonal, foi necessário que a equipe de arquitetos da Bueno elencasse não só a distribuição das cargas, mas também nos pontos de fixação possíveis, para que cada ponto aéreo de apoio fosse conectado a alguma parte sólida da estrutura, garantindo a estabilidade e segurança para a peça. 



Durante o processo de detalhamento técnico dos projetos, algumas decisões técnicas foram tomadas para facilitar e até mesmo viabilizar a execução do projeto. Nesse caso, em que as cargas da peça eram fatores determinantes, a equipe da Bueno trouxe em sua expertise de trabalhar com peças aéreas grandiosas, para definir soluções de viabilidade técnica que garantiram a segurança.



A busca foi por minimizar ao máximo o peso das peças cenográficas, principalmente através da escolha de materiais leves, como a estrutura em alumínio, o tecido e os cabos de aço. 



Para os moldes em MDF, necessários para definir os contornos esbeltos das pás, utilizaram peças vazadas, cortadas na router sob medida para efetivamente reduzir as cargas e viabilizar tecnicamente a execução do projeto com segurança.

A inspiração do conceito criativo foi justamente representar de diferentes formas, turbinas eólicas, em tamanho real, conectando através dos ambientes, todo o contexto do evento e dos conteúdos que seriam compartilhados nos palcos.



O maior desafio dos projetos foi torná-los tecnicamente viáveis, devido às proporções e cargas, muito grandiosos e com agravante de serem instalações aéreas. 



Na Arena Onshore, foram necessários 42 pontos aéreos para distribuir toda a carga com o máximo de segurança. Já na Arena Offshore, apesar de não ser uma peça cenográfica aérea, por conta da distribuição diagonal das cargas, foram utilizados 22 pontos aéreos de suporte.



Cada ponto aéreo existente no pavilhão, suporta uma determinada quantidade de carga, por isso o cálculo da distribuição das cargas é necessária, para que seja respeitado dentro do limite de segurança a carga que cada ponto de fixação suporta. 



Já no processo criativo, a equipe da Bueno buscou por materiais que favorecessem o projeto, principalmente na otimização das cargas. Ter esse pensamento integrado entre criação e viabilidade técnica é um diferencial importante para que a segurança seja mantida e para que o processo de montagem seja eficiente.



Foi escolhida a estrutura metálica em alumínio modular (box truss) para criar toda a estruturação das turbinas. Esse material proporciona alta resistência, estabilidade e já é uma técnica construtiva amplamente utilizada pela equipe da Bueno, por seu potencial de reutilização, e eficiência construtiva. 



Para criar o design orgânico da peça, representando a turbina eólica em tamanho real, foram necessários moldes, recortados na router, que proporciona a perfeição técnica do corte, que é programado através da leitura do desenho técnico. Para peças especiais como essa, a Bueno conta com esse maquinário, e equipe especializada para replicar os moldes com perfeição. 



Outra técnica utilizada no projeto, que é o carro-chefe da Bueno, é o tecido tensionado. Através da modelagem especial do tecido, e das técnicas de corte e costura desenvolvidas no ateliê, é possível criar peças orgânicas e volumétricas através de um material plano, como o tecido com elastano. Para esta peça especificamente, foi utilizada a malha metalizada furtacor, referenciando o acabamento metálico e trazendo elegância para as peças cenoráficas.



Para evidenciar ainda mais o design das pás, foi adicionado tensionamento através de cabos de aço, por trás do tecido, recriando os volumes com perfeição. No aro central, foram replicados os parafusos, idênticos aos utilizados nas peças reais, com a marcação do tipo, em apliques de isopor, que também foram produzidos na router, para preservar as proporções reais.



Com os materiais escolhidos, é possível dimensionar a carga total da peça, que apesar de ser alta, foi otimizada ao máximo, através da escolha de materiais considerados leves dentro do universo dos materiais utilizados nos projetos de cenografia. 



Com o desenho técnico da peça, e os materiais definidos, outro desafio precisa ser superado: encaixar na malha aérea do pavilhão os pontos de fixação, distribuindo a carga da peça, na quantidade de pontos necessários. Nessa etapa, é preciso compatibilizar os pontos de fixação disponíveis no local de intervenção, com os pontos estruturalmente seguros na peça cenográfica, para que ela seja suspensa com segurança. Tudo isso respeitando a distribuição de cargas por ponto aéreo, dentro do limite de segurança. 



Com tudo devidamente calculado e compatibilizado, a equipe de produção da Bueno desenhou as plantas técnicas, com todos os detalhes e informações para que os cenotécnicos conseguissem replicar o pensamento estrutural projetado, na forma de montagem da peça.



Sem dúvidas, o maior desafio desse projeto estava no pensamento de engenharia por trás da cenografia, para instalar uma peça aérea tão pesada e com total segurança.



As peças cenográficas em forma de turbina eólica, destaques desse projeto, além do seu valor estético, possuem complexos projetos técnicos, estudos e testes na pré-produção e cálculos precisos, para chegar no resultado final, uma sinergia entre conceito, técnica, funcionalidade e experiência.

A 14ª edição do maior encontro do setor de energia eólica da América Latina, marcou o retorno ao formato presencial, e contou com a presença de um público recorde, chegando a mais de 6.500 visitantes.



O evento contou com mais de 50 paineis, e com a presença de grandes nomes e especialistas do setor. Mais de 100 marcas marcaram presença na conferência e feira de negócios, que reuniu diversos players de toda a cadeia eólica.



Ao longo dos dias de evento, executivos de grandes marcas, autoridades públicas, representantes de entidades do setor, empreendedores, consultores, prestadores de serviços e fabricantes de todo o setor eólico nacionais e internacionais tiveram a oportunidade de expor suas inovações e ampliar a rede de contatos estratégicos para o desenvolvimento de negócios. 



“O Brazil Windpower confirmou o tamanho do potencial do Brasil. Estamos prontos para essa transição energética. E, naturalmente, um marco regulatório será determinante para impulsionar de uma vez nosso setor” avalia o diretor do núcleo de energia e infraestrutura da Informa Markets, Hermano Pinto Junior



A presidente da ABEEólica, Elbia Gannoum, destacou que o BWP 2023 foi bem representado no Brasil: “O Brasil começou com a cadeia produtiva de eólica antes mesmo de ter energia eólica. Isso demonstra a vocação do país e a capacidade natural de atrair capital. O capital quer vir pro Brasil. O país está na lista das principais empresas do mundo para investimentos. Então, a gente tem, sim, que enxergar essa vantagem. Uma natureza para criar um ambiente para atrair esses recursos”, afirma.



Todo o conceito do evento está pautado na propagação de conteúdo, e de debates importantes para todo o setor. Por isso foi importante o projeto de cenografia evidenciar o local onde todo o conteúdo foi apresentado, através das grandes peças cenográficas. 



Com o tema “Política industrial verde e transição energética justa: o protagonismo brasileiro”, a edição de 2023 do Brazil Windpower foi cuidadosa com a definição de seus paineis e teve a preocupação de abordar todos os aspectos de boas práticas ESG para o setor eólico e suas novas tecnologias, como o hidrogênio verde. Esse cuidado se reflete nos ambientes onde esses temas foram discutidos, e em cada detalhe pensado na cenografia, com materiais que fazem parte de processos de sustentabilidade premiados adotados pela Bueno Arquitetura Cenográfica.



As peças, em destaque em cada uma das arenas, evidenciaram o destaque, a relevância e a imponência dos temas, ao mesmo tempo em que as ambiências criadas proporcionaram as trocas de conhecimento, e o protagonismo das conexões, de forma subliminar, pois de certa forma, ela remete dividir o protagonismo entre todos: plateia e palco. 



“O Brazil Windpower 2023 será lembrado como um momento crucial na jornada da energia eólica offshore no Brasil, marcando a transição da ambição para a ação. Os anúncios do Ministro de Energia e da liderança da Petrobras dão início a uma nova era para o país, e a indústria eólica global espera trabalhar com esta nova e crescente indústria no Brasil”, diz Ben Backwell, CEO do GWEC (Conselho Global de Energia Eólica). E a Bueno Arquitetura Cenográfica tem sua contribuição para que essa edição seja inesquecível.