Detalhe do Case

Prêmio Caio 24ª Edição

Case: Metodologia de Trabalho BUENO

Candidato: Bueno Arquitetura Cenográfica
Cliente: Bueno Arquitetura Cenográfica
Segmento: Prêmio Caio Sustentabilidade
Categoria: Fornecedores para Eventos - Responsabilidade Ambiental

O Grupo Bueno, atualmente é formado por três empresas: a Bueno Arquitetura Cenográfica, a Puf Puf e a Bueno Ensina. Através dessa tríade, o Grupo busca a sinergia entre arquitetura cenográfica, sustentabilidade e educação, completando o ciclo que representa seus valores e missão perante o mercado.
A Bueno Arquitetura Cenográfica tem por premissa otimizar o pensamento projetual e criativo, as técnicas construtivas, a utilização responsável dos materiais, e as conexões proporcionadas pelos espaços cenográficos que produz. Através dessa sinergia entre conceito, técnica, funcionalidade e experiência, a empresa busca sempre inovar, com espaços cenográficos surpreendentes, respeitando a funcionalidade e usabilidade, e a experiência do convidado final, fazendo com que um espaço efêmero, perdure na memória que quem o vivenciou.
A Puf Puf, iniciativa já premiada na categoria Sustentabilidade na 16ª edição do Prêmio Caio, é uma empresa do Grupo que surgiu da demanda de dar novos usos aos descartes da cenografia. Mesmo já existindo toda uma preocupação e processos internos que propiciem a diminuição significativa dos resíduos após as desmontagens, é inevitável que algo seja descartado, principalmente quando se trata de partes de marcenaria, lonas e impressão digital, e partes de tecido que já foram reutilizados, respeitando seu ciclo de vida, dentro dos processos da Bueno. A Puf Puf transforma esses resíduos em peças de mobiliário e itens pessoais, e até mesmo vestuário. A iniciativa, já bem arraigada na cultura do Grupo, está continuamente sendo aprimorada, buscando aliar design ao processo de upcycling.
A Bueno Ensina surge efetivamente para oficializar algo que já faz parte do DNA do Grupo Bueno desde seu início, há 30 anos atrás: compartilhar conhecimento. Desde os primeiros anos da Bueno, quando era efetivamente do ramo da comunicação visual, a cultura de ensinar um ofício, dar a oportunidade para as pessoas com pouco conhecimento da área, buscando capacitá-la através do trabalho, para a função que for, esteve sempre presente. Ao longo dos anos, esse trabalho só se intensificou, e a empresa passou a ser uma referência nesse sentido.

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A preocupação com a sustentabilidade já acompanha a metodologia de trabalho da Bueno Arquitetura Cenográfica desde sua criação. A efemeridade das instalações cenográficas sempre encantou, porém essa curta vida útil de cada projeto, também precisa levar em conta a quantidade de resíduos e de materiais empregados em cada projeto. Essa preocupação sempre esteve presente no processo projetual e criativo do diretor de criação, o arquiteto e fundador, Ricardo Bueno. 

Com o passar dos anos, essa preocupação se transformou em cultura empresarial, permeando todos os setores e processos de trabalho. Assim, a busca por novos materiais, e técnicas construtivas que melhorassem o desempenho sustentável do projeto, era constante.

Estruturas metálicas 



No início dos anos 2.000, começaram a estudar e entender como as estruturas metálicas em box truss poderiam ser empregadas nos projetos de cenografia, como uma técnica construtiva que pudesse otimizar o tempo de montagem, proporcionar segurança construtiva, e principalmente, que agregasse  em sustentabilidade. 

A estrutura metálica, normalmente era empregada em grandes palcos externos, uma escala projetual diferente dos ambientes para eventos corporativos, mas ainda assim, enxergaram nela a oportunidade de melhorar os processos de montagem. As peças modulares, podem ser combinadas de diferentes formas, e vencem com segurança grandes vãos, o que amplia as possibilidades para o processo de criação. 

Ao longo dos anos, foram sendo desenvolvidas peças especiais dessa família construtiva, que possibilitam combinações curvas e angulares, para inovar cada vez mais nas formas, mantendo a segurança estrutural.

A resistência e durabilidade das peças metálicas, possibilitaram a criação de um amplo acervo de peças, que são cuidadosamente inspecionadas a cada uso e após a desmontagem, retornam para o galpão e estão prontas para novas montagens. Desse processo, nenhum resíduo é gerado. 

Ao contrário do processo construtivo em marcenaria, que ainda é a maior matéria prima utilizada pelas empresas de cenografia nas estruturações, a eficiência construtiva não é perdida após a desmontagem. A montagem das estruturas é limpa, rápida e eficiente, o que otimiza todo o processo construtivo. 

Atualmente, todos os projetos assinados pela Bueno Arquitetura Cenográfica, são estruturados nessa técnica construtiva, e inclusive, quando necessário, a equipe de criação desenvolve desenhos de peças específicas, para que sejam fabricadas, e passem a fazer parte do acervo, unindo sustentabilidade e inovação contínuas.



Ciclo dos materiais - tecido como protagonista



A Bueno Arquitetura Cenográfica é reconhecida no mercado pelos projetos que empregam o tecido de maneira singular, inovadora e surpreendente em suas criações. Desde 2001 ele é amplamente utilizado pela empresa, e com o passar dos anos, as técnicas foram se tornando mais complexas. Através do estudo da modelagem, das técnicas de corte e costura, e principalmente, das potencialidades de cada tipo de tecido, a Bueno se mantém há mais de 20 anos na vanguarda da utilização desse material em projetos de arquitetura cenográfica. 

Além da plasticidade que o tecido possibilita para os projetos, a decisão de defender sua utilização está muito ligada às potencialidades sustentáveis, em diferentes níveis. Podemos citar entre elas as facilidades de logística e transporte, já que são leves e ocupam pouco espaço nos caminhões, são altamente versáteis podendo ser empregados em diversas funcionalidades, como fechamentos, peças cenográficas tridimensionais, elementos aéreos, acabamentos, entre tantas outras. 

Também é importante ressaltar, que dentro da metodologia de trabalho da Bueno, é respeitado o que chamamos de ciclo dos materiais. Neste processo, todo o tecido que compõe uma determinada cenografia, recebe todo o cuidado na desmontagem, para que retorne ao ateliê de costura nas melhores condições possíveis, para serem analisadas as possibilidades de reutilização. 

Como exemplo, podemos dizer que um tecido que foi utilizado em uma grande escala, como um fechamento, pode ser recortado e beneficiado para compor uma peça cenográfica do acervo, ou ainda assim, ele pode voltar para o ateliê e ser aproveitado como tira tensionada, ou outros elementos em menor escala. Ainda assim, após o ciclo de utilização, o material vai para a última etapa do ciclo, o upcycling, onde ele sai da cadeia de beneficiamento voltado para cenografia, e pode seguir dois caminhos: a transformação através da Puf Puf, onde é beneficiada pelo braço de sustentabilidade do Grupo Bueno, e se transforma em mobiliário personalizado, objetos de decoração ou de uso pessoal agregando design à sustentabilidade, ou então são destinados à ONGs especializadas em confecção de vestuário para doação entre comunidades necessitadas. 

Dentro da expertise da equipe da Bueno em utilizar com maestria o tecido, para criar formas, volumes e peças cenográficas grandiosas, podemos dizer que a decisão de respeitar o ciclo do material como premissa, agregou consideravelmente para a idealização de novas soluções e formas de utilização. 

Curadoria de acervo



Para a Bueno, o acervo de elementos cenográficos é um assunto de extrema importância, quando se trata de responsabilidade ambiental. Isso porque ele é uma via de mão dupla: a responsabilidade aqui abrange tanto a decisão de compra, quanto a forma de potencializar o reaproveitamento.

É importante ressaltar que para a empresa, acervo não é a guarda de itens que ‘sobraram’ de algum projeto. Existe todo um processo de curadoria, para decidir novas compras de elementos, que passam por análises de potencialidades, antes da decisão de realmente efetuar a compra. 

Como premissa, para compor o acervo, o elemento precisa atender a alguns requisitos, entre eles: versatilidade; facilidade no armazenamento e transporte; durabilidade; neutralidade; dimensões modulares.

A importância da escolha assertiva dos elementos, é essencial para que eles realmente sejam adaptáveis a diferentes projetos e utilizações, mas que se mantenham neutros, para que integrem a ambiência exclusiva de cada projeto. Para isso, as cores neutras, que recebem bem a iluminação cênica, são sempre boas escolhas. 

Materiais duráveis e compactos, como papelão e placas de PS, e coringas de boa qualidade e resistência, como espelhos, flexled, paineis flicker modulares, também são importantes, para manter a potencialidade do acervo.

Outro fator primordial é a comunicação e a estratégia entre a equipe. Os responsáveis pela criação precisam ter acesso aos elementos que estão à disposição, assim como os responsáveis pelo acervo precisam se responsabilizar pelo cuidado, manutenção, e conferência dos itens, 

O método de trabalho da Bueno Arquitetura Cenográfica, permeia principalmente essas três premissas fundamentais, o que não quer dizer que os projetos sejam parecidos, ou que não sejam inovadores. Esse cuidado com a responsabilidade ambiental, na realidade aumenta o desafio criativo, e a necessidade de estudar novas formas de utilização, beneficiamento e potencialidades com os mesmos materiais. 

 

Ao longo dos últimos 23 anos, a Bueno Arquitetura Cenográfica vem inovando, sendo referência de conceito criativo no mercado, ainda que siga as diretrizes de sustentabilidade que implementou como metodologia de trabalho.

Estar há tanto tempo projetando com as mesmas combinações de materiais, poderia ser um limitador criativo, porém isso é o oposto do que se vê nas obras assinadas pela Bueno. O desafio criativo está justamente em ressignificar os materiais a cada novo projeto, como se fossem combinados pela primeira vez, gerando surpresa e encantamento.

Para isso, a empresa investe em conhecimento e inspiração. Estar presente nas maiores Expos e eventos, nacionais e internacionais relacionados às tendências e inovações para o setor são grandes fontes de conhecimento, e propiciam para um olhar atento e criativo, inspirações de adaptações e formas de explorar ainda mais as técnicas já conhecidas. 

A busca por explorar ao máximo as potencialidades dos materiais já é algo forte na cultura empresarial, e incentivado através do que chamam de  Laboratório, uma forma de estimular todos os colaboradores a buscarem e compartilharem novas soluções, testar novos materiais e novas formas de utilização. Esse estudo constante, é o que faz a empresa estar sempre inovando, aprimorando as técnicas empregadas, e ressignificando os elementos de forma única a cada novo espaço cenográfico entregue. 

É também um desafio levantar e defender essa bandeira, quando falamos de relações comerciais. Existe uma tendência do mercado de subestimar os elementos cenográficos provenientes de acervo, como se devessem representar uma redução de custo ao cliente final. O posicionamento da Bueno vai contra essa ideia, reforçando que existe todo um trabalho árduo de pesquisa, análise de desempenho, testes e processo criativo, que são extremamente importantes, e devem ser valorizados



, é a área de P&D em ação e precisa estar no lugar que merece. 

A preocupação ambiental no setor de eventos infelizmente ainda é muito subestimada. Na prática, o que se vê é a ampla utilização de recursos e materiais não renováveis, desmontagens sem nenhum cuidado com reaproveitamento, e empresas com galpões enormes, cheios de peças que não são utilizadas, compondo um ‘acervo’ que na realidade está mais próximo de ser um depósito. 

A Bueno defende as boas práticas num âmbito mais amplo, permeando o processo de trabalho com espaços cenográficos por completo. Não basta pensar apenas na destinação final correta de resíduos, mas sim em não gerar resíduos de forma desnecessária. Uma frase que o diretor criativo, Ricardo Bueno, sempre diz, que reflete todo o posicionamento do Grupo é “lixo é erro de projeto”. De maneira simples, em poucas palavras, sintetiza os valores defendidos pelo Grupo.

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O principal resultado, de todo esse empenho em defender e aprimorar ao longo dos anos a metodologia de trabalho desenvolvida com diretrizes baseadas em eficiência sustentável na criação e produção de espaços cenográficos, é com certeza a própria responsabilidade ambiental. Claro que, além disso, existem resultados positivos que abrangem todos os processos que envolvem o dia a dia da empresa, dos clientes, dos colaboradores, e todos os envolvidos de maneira direta ou indireta.

O incentivo à inovações técnicas proporcionou ao longo dos anos, uma equipe altamente especializada e segura, em cada etapa do processo, desde a criação, até a montagem e a desmontagem dos espaços cenográficos. Num mercado onde a mão de obra capacitada é escassa, é um grande diferencial contar com profissionais especialistas, e mais ainda, poder ser o condutor de aprimoramento contínuo de cada colaborador

Com uma metodologia de trabalho bem definida, e um fluxo de trabalho eficiente, a equipe toda funciona como um organismo sinérgico, onde todos os processos estão interconectados, e são de conhecimento de todos. A comunicação entre a equipe é fundamental, para manter as engrenagens funcionando, uma vez     que cada etapa do processo de trabalho é amplamente discutida, projetada em conjunto, e vista portanto de vários ângulos diferentes, o que possibilita resultados finais assertivos.

O fluxo de trabalho eficiente conta com etapas definidas em ciclos menores, o que proporciona ajustes rápidos quando necessário, e análises mais aprofundadas de cada detalhe que integra o processo como um todo. 

O cuidado com a curadoria de acervo, e com a especialização técnica, também está relacionado com resultados financeiros potencializados. É uma forma de ampliar os ganhos, de maneira responsável, tanto ambiental quanto social. 

Através do braço educacional do Grupo Bueno, a Bueno Ensina, toda a metodologia de trabalho utilizada pela empresa é detalhada, processo por processo, para incentivar todo o setor a abraçar técnicas que sejam responsivas, e que ao mesmo agreguem valor e qualidade de entrega para o cliente final. 

A intenção é fomentar esse mercado, buscando através de conteúdos educacionais, especializados na metodologia de forma prática, mostrar que é possível unir eficiência construtiva, conceito criativo, inovação, tecnologia e resultados financeiros às práticas sustentáveis. 

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