Detalhe do Case

Prêmio Caio 24ª Edição

Case: Estande Governo Brasileiro na COP 27

Candidato: Capacità Eventos
Cliente: Confederação Nacional da Industria
Segmento: Serviços
Categoria: Estandes Montados no Exterior

Realizada em novembro de 2022, na cidade de Sharm el-Sheikh, no Egito, a 27ª Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27) representou um importante avanço nas discussões sobre mudanças climáticas no mundo. Ao todo, 196 países enviaram seus representantes para reforçar e fazer cumprir os compromissos de redução da poluição e desmatamento e uso de energias renováveis. E o Brasil, honrando sua tradição, foi ao evento com o desafio de fortalecer uma posição de liderança na busca de soluções para as mudanças do clima.

O desafio demandou uma comitiva especial, formada por representantes do governo federal – como os Ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores, além da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) –, acompanhados da Confederação Nacional da Indústria (CNI); Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). E para isso, a Capacità Eventos estruturou o Estande do Governo Brasileiro na COP27um espaço exclusivo, feito para atrair olhares internacionais, fomentar acordos e posicionar o Brasil como um polo global de desenvolvimento sustentável. 

Com mais de 300 metros quadrados de área, o estande foi dividido em três partes. O primeiro foi um auditório-estúdio para a realização de conferências e reuniões, devidamente equipado para transmissão digital ao vivo – e conectado com um estúdio no Brasil para produção de conteúdo “always on”. Havia, ainda, uma área de salas operacionais, reservadas para reuniões, momentos de networking e trabalho dos visitantes. Mas a grande atração foi o espaço Brazil Green Energies, que utilizou tecnologias inovadoras para proporcionar uma imersão interativa no mercado brasileiro de energias verdes.

O resultado surpreendeu. Entre os dias 6 e 20 de novembro de 2022, mais de 6 mil pessoas – entre governantes, empresários e autoridades de entidades de classe – foram atraídas ao estande e se conectaram com as propostas do Brasil. Diversos órgãos de imprensa reconheceram que o país soube se posicionar de forma madura, levando consigo a segunda maior delegação do evento e uma presença maciça de empresários. O estande encantou visitantes, acolheu grandes debates e colaborou com a estratégia brasileira de assumir a dianteira dos debates da COP.

Vídeo

A Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas vem sendo o principal fórum de debates sobre as políticas necessárias para refrear o aquecimento global e evitar que as gerações futuras arquem com os prejuízos ambientes decorrentes da emissão de gases poluentes. Ao mesmo tempo, o evento tem sido marcado por importantes avanços na busca de tecnologias e soluções que abram novos caminhos para o desenvolvimento – em sintonia com a preservação do meio ambiente e o impacto social positivo.



O Brasil, é claro, tem sido uma voz relevante em todas as edições da COP. Sozinho, o país concentra a maior floresta tropical e o maior manancial de água doce do mundo, além de um vasto patrimônio natural que abarca pelo menos cinco biomas e uma biodiversidade incomparável. Ao mesmo tempo, destaca-se pelo compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), apresentando-se como referência no desenvolvimento de fontes de energia verde e na busca de alternativas que estimulem a bioeconomia, a economia circular e outros pilares importantes na agenda ESG.



Na edição de 2022, conhecida como COP27, o grande desafio do Brasil foi encontrar uma forma efetiva de consolidar esse posicionamento. O cenário era desafiador. No âmbito internacional, havia descrença quanto quanto à possibilidade de avanços relevantes nos esforços pela redução das emissões de carbono. Ao mesmo tempo, a localização do evento era um desafio à parte. A estrutura de Sharm el-Sheikh se restringe ao atendimento de turistas atraídos pelas belezas naturais do Mar Vermelho. No dia a dia, a cidade carece de mão-de-obra qualificada para a montagem de eventos – essencial para um estande de grande porte. E dificulta, em partes, o transporte de equipamentos e mantimentos, visto que se localiza a mais de seis horas da capital Cairo.



Mesmo assim, o governo brasileiro desejava aproveitar a oportunidade para se apresentar como um agente global de transformaçãocapaz não só de inspirar, mas também de provocar e cobrar mudanças concretas de atitude



Para isso, tinha-se a pretensão de que o estande do Brasil se tornasse um verdadeiro ponto de referência nos pavilhões da COP27. O projeto contemplaria cerca de 300 metros quadrados de área construída. Abrigaria pequenos eventos e convenções, além de equipamentos para produção e transmissão de conteúdo digital – essencial para ampliar a visibilidade e repercussão das ações do Brasil na COP27. Deveria, ainda, contar com salas operacionais para reuniões de trabalho, networking e outras atividades cotidianas dos visitantes. 



Por fim, o estande precisaria demonstrar toda a força e potencial de inovação do Brasil no campo de energias verdes – geradas a partir de fontes renováveis e com baixo impacto relativo nas emissões de gases do efeito estufa (GEE). Aqui, a intenção era apresentar um Brasil que tem potencial para exportar hidrogênio verde para o mundo; um Brasil que desponta como grande fornecedor de uma nova cadeia de suprimentos e produtos industrializados, com uma das menores pegadas de carbono do mundo, fabricados à base de energia 100% limpa e competitiva.



As expectativas eram altas. Na COP21, realizada em 2015, em Paris, 195 países haviam assinado um acordo com o objetivo de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e reforçar sua capacidade para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças. Nas edições posteriores, os avanços foram frustrantes. Com a COP27, esperava-se que os países signatários adotassem medidas concretas para honrar o acordo e reduzir a poluição e o desmatamento, além de aumentar o uso de energias renováveis – segmento em que o Brasil tem protagonismo global.



Nesse sentido, o estande do Brasil deveria funcionar também como uma janela para investidores interessados em desenvolver projetos de energias verdes, especialmente em quatro segmentos considerados mais estratégicos para a economia brasileira: energia eólica, energia solar, hidrogênio verde e biocombustíveis.

Para atender às expectativas e assegurar uma posição privilegiada para o Brasil, a Capacità Eventos projetou um estande amplo, com design inovador e recursos que atraíam a atenção, ao mesmo tempo em que enriqueciam a experiência de cada visitante. Mais do que causar impacto, o estande envolvia as pessoas através de estímulos visuais, sonoros e sensoriais, em uma jornada narrativa que transcendia as barreiras entre idiomas e culturas.



Para ambientação, utilizou-se uma combinação de elementos naturais – como madeiras, bambus e chapas de cor verde – e recursos que evidenciavam modernidade e tecnologia. O resultado foi um estande sofisticado, de pegada contemporânea, mas ao mesmo tempo alinhado com os desafios de conter o impacto ambiental e atenuar os efeitos nefastos das mudanças climáticas.



O espaço receptivo trazia divisórias feitas de tiras de madeira, que orientavam a circulação dos visitantes ao mesmo tempo em que permitiam visualizar o que acontecia no interior do estande. Na fachada, era possível ver a marca Brasil – desenvolvida pela ApexBrasil especialmente para promover a agenda do governo no exterior. O design se complementava com painéis que traziam informações curiosas e imagens icônicas (como de usinas eólicas), intercaladas com revestimentos de vegetação. 



Um dos diferenciais era o fluxo de acesso: com amplas aberturas, o estande se mostrava perfeitamente integrado às vias de circulação do pavilhão, convidando as pessoas a entrarem e interagirem. Próximo da entrada principal, havia uma espécie de antessala imersiva, formada por blocos de LED onde era possível sentar, descansar – e ao mesmo tempo consumir os conteúdos sobre energias verdes que eram exibidos em looping.



Já na parte interior, o estande se baseou em três prioridades. 



Uma delas foi a realização de conferências, painéis e outras atividades intensivas em conteúdo. Para isso, o estande contou com um auditório-estúdio, equipado com telões de LED que permitiam adaptar a cenografia conforme a programação. Mais do que abrigar pequenos eventos locais, o espaço funcionou como hub de produção de conteúdo – transmitido via streaming para os canais digitais do cliente. Era possível usá-lo também para exibir conteúdos produzidos e enviados desde o Brasil, em tempo real. Criava-se, assim, o efeito de um “portal” aberto para conexão direta entre o Brasil e a COP27, com geração de conteúdo always on.



Outra prioridade foi viabilizar reuniões, networking, negociações e atividades cotidianas, servindo como espaço de trabalho para os integrantes da comitiva brasileira – além de um ponto de referência e encontro casual para o público circulante. Nesse sentido, o estande foi equipado com sala de conferências com telão, salas de reuniões com espaço privativo, mesas e cadeiras para networking, área de café e copa e até mesmo gabinetes ministeriais. Assim, viabilizou a presença permanente de pessoas durante todo o período da exposição. Muitas vezes, serviu como uma embaixada informal, onde era possível encontrar autoridades, empresários, parceiros e demais públicos interessados em estabelecer uma relação profícua com o Brasil.



Não há dúvidas, porém, de que a grande atração do estande brasileiro foi o espaço “Brazil Green Energies”. Tratava-se de uma área expositiva, totalmente coberta por painéis de LED – no chão, nas paredes, no teto e até mesmo na ornamentação, feita de cubos que estabeleciam os fluxos de circulação ao mesmo tempo em que exibiam conteúdo institucional. A intenção, aqui, foi proporcionar uma experiência inédita e encantadora, suficiente para atrair visitantes casuais e fortalecer o posicionamento do Brasil como polo de energias verdes.



Além de expositivo, o espaço era imersivo e interativo. Ao chegar, o visitante se deparava com um vídeo-looping que utilizava a “geografia” do estande para expor informações interessantes e curiosas sobre o potencial do Brasil em energias verdes, acompanhada de um convite instigante: “Brazil: Feel the Energy”. Uma vez dentro desse ambiente, o visitante iniciava uma experiência sensorial de conteúdo que, literalmente, permitia “sentir a energia” das grandes inovações que o Brasil tem a oferecer.



Para isso, a Capacità Eventos previu quatro target zones acionáveis com os pés. Cada uma levava a uma trilha de conteúdo que envelopava todos os LEDs do espaço expositivo e disparava estímulos sensoriais. As trilhas foram divididas conforme as áreas consideradas estratégicas para atrair investimentos e fomentar o processo de transição energética do Brasil: energia solar, energia eólica, hidrogênio verde e biocombustíveis.



Quando o visitante acionava a trilha de energia solar, por exemplo, o espaço era tomado de súbito por imagens ofuscantes, valorizando o brilho do sol e o potencial solar do Brasil. Ao mesmo tempo, ventiladores envolviam o visitante com uma delicada lufada de ar quente, remetendo ao calor típico de um país tropical. Imediatamente, os dados e informações que apresentam as grandes oportunidades nesse segmento começavam a se espalhar pelo ambiente, convidando o visitante a explorá-lo. Para tornar a experiência ainda mais envolvente, sensores captavam o movimento. Em resposta, os LEDs do chão criavam uma curiosa “trilha de energia” que marcava o caminho percorrido durante a experiência.



A mesma dinâmica se repetia para quem acionasse as demais target-zones. No caso da energia eólica, os ventiladores envolviam o visitante com uma divertida rajada de ar. Para hidrogênio verde, uma máquina criava um efeito de "nevoeiro" no ambiente, aludindo à umidade típica da hidrólise. Finalmente, quem acionava a target-zone de biocombustíveis era surpreendido com um borrifo d’água – um dos subprodutos desse tipo de energia.



O resultado foi uma experiência de narrativa expandida que encantou milhares de pessoas, fazendo do estande do Brasil um ponto de visitação “obrigatória” na COP27.

Ao todo, mais de 6 mil pessoas transitaram pelo estande do Brasil durante a COP27. O local ficou conhecido como um ponto de referência para quem circulava no evento. Foi palco de diversos painéis importantes com chefes de estado, pesquisadores, investidores e lideranças políticas e empresariais. E ajudou a fortalecer a tradição do Brasil como um protagonista nos debates globais sobre mudanças climáticas.



Mesmo com as dificuldades logísticas e a escassez de mão de obra qualificada, o estande foi entregue conforme o projetado, com diferenciais de arquitetura, design e tecnologia que traduzem a força brasileira no campo do desenvolvimento sustentável. Ambicioso, o projeto serviu de estímulo para uma grande mobilização. Entre 196 países presentes, o Brasil acabou sendo o responsável pela segunda maior comitiva da COP27.



Com uma abordagem diferenciada e grande geração de conteúdo, o estande deixou uma mensagem poderosa de inovação. Atraiu, envolveu, encantou e inspirou as pessoas através de um storytelling inédito, que combinava recursos visuais, sonoros e sensoriais. Diversos órgãos de imprensa, tanto brasileiros quanto estrangeiros, reconheceram a grandiosidade dessa entrega. E as entidades responsáveis por realizá-lo tiveram uma resposta muito consistente em termos de contatos, prospecções e oportunidades para novos investimentos.



A maior delas é que o Brasil se mostrou indispensável nas discussões sobre o futuro do meio ambiente. E confirmou essa posição poucos meses depois, quando a cidade de Belém, no Pará, foi escolhida como sede da COP30 – a edição deve ocorrer em novembro de 2025.



Responsável por conceber, produzir e montar o estande, a Capacità Eventos adquiriu importantes aprendizados. O projeto colocou à prova a competência e o talento de uma equipe que está sempre determinada a surpreender. Fortaleceu uma cadeia de produção formada por arquitetos, designers, produtores, roteiristas, pesquisadores, moviemakers e diversos outros profissionais. E ajudou a internacionalizá-la, deixando um legado de oportunidades que vão além do evento em si. Combinados com a satisfação do cliente, estes resultados atestam que todo o esforço da Capacità valeu a pena.