Detalhe do Case

O Desafio SP - Inovação em Turismo, evento realizado pela Fundação Instituto de Administração (FIA), em parceria com o SciBiz e a Wakalua e apoio da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, é uma competição entre modelos de negócios e propostas de valor ofertados por startups brasileiras de base tecnológica, com objetivo de incentivar, promover e fomentar soluções disruptivas e inovadoras para as atividades do sistema de valor do turismo.

Anualmente, o Desafio SP propõe temáticas por verticais do setor do turismo, movimentando todo o ecossistema brasileiro de inovação a propor soluções inovadoras que, diante dos novos cenários e tendências da realidade, viabilizem, de maneira competitiva, ágil, eficiente e sustentável, a construção do turismo do futuro no País.

O tema de sua primeira edição, em 2020, foi: soluções inovadoras para a retomada do turismo no Estado de São Paulo no contexto pós-pandemia; com desafios específicos para três verticais:

- Bares e Restaurantes: soluções inovadoras para bares e restaurantes que buscam adequar a experiência do cliente e operar com protocolos seguros derivados da pandemia.

- Estabelecimentos de hospedagem: soluções para estabelecimentos de hospedagem que buscam melhorar serviços, racionalizar custos, e maximizar conforto e a segurança de hóspedes.

- Receptivo turístico: soluções para profissionais e empresas de turismo para ganhar competitividade na oferta de melhores produtos e serviços no contexto da pandemia.
 

O Desafio SP foi concebido com objetivo de ser um evento de mobilização, incentivo e fomento do ecossistema brasileiro de inovação para pensar sobre soluções inovadoras e disruptivas para o turismo no Estado de São Paulo e Brasil, com impacto na produtividade e criação de valor, por meio de novos modelos de negócios e propostas de valor que pavimentem e viabilizem o turismo do futuro.



O formato desenvolvimento pela FIA, em parceria com SciBiz e Wakalua e apoio da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, foi o de realizar o Desafio SP por meio de uma competição de startups, organizada por verticais. Com isso, as startups interessadas podem se candidatar com modelos e propostas de solução destinadas a problemas específicos e pertinentes para atividades/ contextos do turismo previamente determinados.



As metas esperadas eram:



i) ter pelo menos 50 startups competindo, por vertical;



ii) candidaturas com modelos e propostas viáveis e escaláveis, com vistas a serem testadas com parceiros.

O Desafio SP foi desenhado e desenvolvido por meio da cocriação entre Fundação Instituto de Administração (FIA), Scibiz e Wakalua, utilizando-se de todo conhecimento dessas instituições em estratégia, negócios e inovação, bem como de suas inserções e posicionamentos nos ecossistemas de inovação brasileiros e internacionais. O apoio da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo foi fundamental, pois trouxe conhecimento e inserção no setor de turismo. Dessa forma, o próprio Desafio SP surge como uma inovação, porque uma rede destinada a conectar stakeholder relevantes da tecnologia, negócios e turismo, tanto da academia, quanto do mercado e governo.



A estratégia para o primeiro evento, em 2020, foi o de propor um tema aderente e imprescindível da realidade contemporânea: a pandemia e seus impactos no turismo. Contudo, com foco nas proposições para a retoma das atividades em agenda positiva e que estimulasse o disruptivo, diante das severas mudanças e crises provocadas pelo coronavírus no setor – um dos mais atingidos – e os novos paradigmas emergentes.



Com isso, três verticais foram propostas e os desafios estabelecidos em consulta e parceria com o setor privado de cada uma delas.



Para o Desafio SP, um regulamento foi redigido, com as regras e critérios da competição. Os requisitos para participação foram:



- Natureza inovadora ou disruptiva: utilização de tecnologias contemporâneas ou de modelos de negócio inovadores;



- Potencial de escalabilidade;



- Modelo de negócio validado;



- Penetração no mercado, atual ou potencial;



- Equipe de empreendedores e responsáveis pelo negócio: adequação da equipe diretiva, motivação e interesse;



- Contribuição ao setor: relevância do projeto para a transformação digital do setor e solução de problemas do mercado, potencial de contribuição para ampliar a participação do turismo na economia paulistas e brasileira, melhorar sua competitividade, custo e qualidade;



- Sustentabilidade: implementação do atributo nos serviços, no modelo de negócios e soluções propostas; e



- Responsabilidade Social Corporativa: contribuição do negócio.

 

Foi constituída uma comissão julgadora, com 10 profissionais da FIA, SciBiz, Wakalua e Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, que julgou, dentro de cada vertical, as candidaturas a partir dos seguintes critérios:



- Facilidade de captura de valor por meio da colaboração com a startup: viabilidade da colaboração/implementação ágil no curto e médio prazo para o co-desenvolvimento de produtos/serviços, otimizando o uso dos recursos/infraestrutura existentes e a capacidade de dimensionar o produto.



- Potencial impacto nos negócios: escalabilidade potencial/retorno financeiro e/ou desenvolvimento de vantagens competitivas para os negócios (por exemplo, acesso a novas tecnologias, acesso a perfis técnicos, etc.)



- Maturidade do produto / tecnologia: Grau de disrupção/inovação comparativa no setor; grau de maturidade do produto/serviço, ou tecnologia.



- Maturidade da equipe e da organização: CV dos fundadores/equipe; Grau de maturidade do negócio (por exemplo, alianças/parceiros, investimentos iniciais, clientes, vendas iniciais, etc.); Necessidade de capital (por exemplo, fundos para desenvolver produtos, prazos para finalizar o MVP (minimum viable product), etc.); Motivação empreendedora e interesses pessoais dos fundadores; Organização e processos internos (por exemplo, uso de metodologias lean / scrum).



- Prontidão de parceria: experiência em co-desenvolvimento de produtos (por exemplo, colaboração com universidades, empresas, etc.); Experiência como provedor (por exemplo, venda de serviços de consultoria ou parte do desenvolvimento para uma terceira empresa, experiência no entendimento de problemas de terceiros/definidos por terceiros); Motivação/interesse em colaborar com outras organizações.



- Sustentabilidade: atributo que deve ser implementado nos serviços, modelo de negócios ou soluções, para evitar ou minimizar o impacto ambiental, econômico e social produzido pela atividade comercial, e alinhamento do projeto com os ODS (consultar https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030).



- Contribuição ao setor turismo: relevância do projeto para a transformação digital do setor e solução de problemas do mercado, potencial de contribuição para ampliar a participação do turismo na economia brasileira, melhorar sua competitividade, custo e qualidade.



Todo Desafio SP, desde o processo de inscrição, de avaliação, seleção e premiação foram online. Plataforma específica foi desenvolvida para este fim.



Os vencedores, de cada categoria, receberam um prêmio de R$5.000,00 - além da oportunidade de promoverem pilotos com parceiros privados. O vencedor geral ganhou, também, uma viagem a Madri (Espanha), com programa de formação oferecido pelo Wakalua Innovation Hub, durante a FITUR 2021, a maior feira de turismo do mundo

O Desafio SP, em sua estratégia e realização, bateu todas as metas. Foram mais de 300 startups inscritas, superando a meta inicial, de 150. Houve uma repercussão grande sobre o evento, atraindo startups de todo o País. Os vencedores apresentaram soluções robustas, recebendo o prêmio em evento ao vivo, durante a Abav Collab, com a participação do Secretário de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, Vinicius Lummertz.



Os vencedores: Sentimonitor, Fast-in e Exper.



Com desdobramentos do Desafio SP, as startups ganharam notoriedade, da mesma forma que muitas das soluções propostas passaram a ser incorporadas ao turismo. A FIA, em parceria com a Sentimonitor, após o prêmio, realizou um sensoriamento na internet com objetivo de fundamentar o modelo de retomada do turismo por meio do turismo de proximidade. A Fast-In iniciou tratativas com a ABIH para pilotos no setor hoteleiro, ao passo que a Exper com a Abrasel, com restaurantes de São Paulo, em solução para cliente oculto.



Um painel, inclusive, foi realizado com os vencedores no SciBiz, maior rede de conexão entre academia, tecnologia e mercado da América Latina.