Detalhe do Case

Prêmio Caio 09ª Edição

Case: Room Tax e a Promoção do Destino

Material promocional SPCVB

Candidato: Tropical Internet
Cliente: Fundação 25 de Janeiro
Segmento: Eventos
Categoria: Evento Corporativo e de Endomarketing
Estado: SP

Troféu Accor Hospitality
Evento Corporativo e de Endomarketing

Room Tax Facultativo
Como Fazer do Visitante um Parceiro do Destino


Folders, panfletos, cartazes, vídeos, bancos de imagens, CDs e displays. Campanhas publicitárias. Estandes em eventos. Dossiês de captação de eventos e viagens para captá-los. Treinamento de taxistas, policiais, recepcionistas no Programa Bem Receber. Essas são algumas das ações desenvolvidas pelo São Paulo Convention & Visitors Bureau ? SPCVB para promover e divulgar a cidade como destino potencial, capaz de receber cada vez mais visitantes. Com isso, agrega valor ao setor de turismo de São Paulo, contribuindo para o aperfeiçoamento de sua infra-estrutura turística.

Mas qual o respaldo financeiro com que a entidade conta para desenvolver e manter essas atividades e serviços?

Mantida pela iniciativa privada, sem fins lucrativos, criada em 1983, o SPCVB tem como missão aumentar o fluxo de visitantes em São Paulo, buscando estratégias para elevar o tempo médio de sua estada na capital. Um dos meios para atingir seus objetivos é promover a integração dos setores da sociedade, através de parcerias público-privadas e com associados mantenedores, como hoteleiros, organizadores de eventos, agências de viagens, companhias aéreas, locadoras de veículos, shopping centers, etc.

Além das mensalidades provenientes de seus associados, o SPCVB conta com os recursos do Room Tax Facultativo ? RTF, que, como o próprio nome diz, nada mais é do que uma contribuição facultativa dos hóspedes dos hotéis, revertida para a entidade, após pagamento dos devidos impostos. O valor arrecadado é destinado exclusivamente para as ações da Fundação, que presta contas anualmente à Procuradoria das Fundações do Estado.

Embora seja uma prática comum em muitos países, tornando-se a principal fonte de receita dos Conventions Bureaux, no Brasil essa prática é pouco exercida na hotelaria brasileira, em conseqüência, na maioria dos casos, da noção equivocada que os hóspedes têm dessa contribuição. ?Na verdade, muitas pessoas desconhecem o real significado e sentido dessa contribuição facultativa?, reconhece o presidente da Fundação, Orlando de Souza.

A fim de conscientizar os colaboradores dos hotéis da capital e dos destinos parceiros da entidade sobre a finalidade e importância do Room Tax Facultativo ? RTF, o SPCVB vem desenvolvendo treinamento para a categoria profissional da hotelaria, composta pelos colaboradores da recepção, concierges, reservas, departamento comercial, eventos e financeiro.

A contribuição facultativa do visitante aos hotéis passou a vigorar em São Paulo a partir de 1997, mas o volume arrecadado ainda é pouco significativo para o que se destina. A média do valor da taxa no País fica em torno de R$ 2,60 por pax/dia. No Rio de Janeiro, é de US$ 3,00 por apto/dia; em Porto Alegre, entre R$ 1,00 e R$ 2,40 por apto/dia, dependendo da categoria; no Recife (PE) a contribuição é de R$ 2,00 por diária; em Gramado (RS), R$ 1,50 por apto/dia e em Foz do Iguaçu, entre R$ 1,80 a R$ 3,50 por dia/pessoa. Em São Paulo o valor é de R$ 1,20 por apartamento por diária.

Mesmo com importância tão baixas ? apenas a título de comparação, a média de arrecadação da room tax nos Estados Unidos é de 5% do valor das diárias - a cultura dessa contribuição é pouco disseminada na hotelaria brasileira. Em parte, por causa da reação dos hóspedes que, erradamente, acham que é uma taxa cobrada pelo governo, o que inibe os colaboradores dos hotéis a apresentá-la.

É essa situação que levou o SPCVB a desenvolver e aplicar um programa de treinamento, com o intuito de esclarecer a categoria profissional hoteleira sobre o significado do Room Tax Facultativo e sua aplicação pela entidade para os benefícios do turismo da cidade. Trata-se de uma forma de fornecer subsídios para esse colaborador estimular o hóspede a reconhecer que, com sua contribuição facultativa, ele se torna um parceiro do destino ao colaborar para a melhoria da infra-estrutura da cidade.

A capacitação é realizada pelo Departamento de Relacionamento do SPCVB e até junho de 2008 foram capacitadas 24 equipes de hotéis da capital e dos destinos parceiros: ABC, Alphaville, Tamboré, Itapecerica da Serra, Osasco, Ilhabela, Costa dos Alcatrazes.

Do conteúdo programático do treinamento consta apresentação em vídeo de informações sobre o produto São Paulo, sua representatividade para o turismo de negócios e suas vantagens competitivas; o que é e qual a função do São Paulo Convention & Visitors Bureau, e as ações da entidade voltadas para o produto. É distribuído um Manual de Orientação para equipe financeira, explicando, passo a passo, como devem ser feitos o recolhimento e repasse do Room Tax Facultativo.

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Como a resistência à contribuição facultativa já se tornou um hábito arraigado nos hóspedes, com reflexos na hotelaria nacional, o primeiro desafio foi reverter essa situação.

Para evitar interpretações indevidas e garantir mais clareza e transparência aos hóspedes, o SPCVB produziu e enviou a todos os hotéis associados um display explicativo sobre o Room Tax. O repasse para a entidade é formalizado através de um termo associativo entre a Fundação e o hotel com o respectivo valor aplicado a cada diária do hóspede, com o cuidado de incluir na nota fiscal o termo Room Tax Facultativo ? RTF.

Todo o dia 1º de cada mês, o SPCVB solicita ao Departamento Financeiro do Hotel, via e-mail, o valor que foi arrecadado no mês anterior. Com base neste valor, a entidade envia um boleto eletrônico ao hotel, a favor da Fundação, para o pagamento bancário, com vencimento até o dia 10 do mês. No boleto deve estar especificado o seguinte: RTF = valor arrecadado do RTF do mês ? (menos) impostos devidos: 1,65% de PIS, 7,6% de Cofins e 5% de ISS.

O segundo passo é o treinamento, cuja finalidade é dar aos colaboradores dos hotéis, subsídios para explicar aos hóspedes que o Room Tax Facultativo:
- Não tem valor abusivo
- Não é para o governo
- Cidades organizadas em todo o planeta arrecadam
- Desperta consciência
- Faz de um visitante um parceiro do destino
- Qualifica o receptivo
- Capta novos eventos
- Traz mais negócios
- Fomenta a economia

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Devido ao pouco tempo de atuação, o treinamento fornecido pelo SPCVB ainda não armazenou dados suficientes para um levantamento comparativo de seus efeitos na arrecadação da taxa facultativa.

Mas dá para ter uma idéia da sua importância no fomento ao turismo, ao verificar que cidades onde o turismo está consolidado arrecadam o room tax e reconhecem o papel multiplicador dos Conventios Bureaux na economia local. Nos Estados Unidos, a cidade de Seatle destina um percentual das taxas arrecadadas em meios de hospedagem. Chicago tem room tax de 14,9% sobre os gastos com diária e, em Nova York, 16,25%.

Em São Paulo acontecem 90 mil eventos por ano, de acordo com dados do Sebrae. Desse total, a cidade recebe 120 das 160 grandes feiras de negócios realizadas no Brasil. Na esteira desses acontecimentos, milhares de visitantes afluem à capital paulista, usufruindo os serviços de hospedagem e os demais equipamentos turísticos que abastecem a cidade.

Para manter sua estrutura a fim de cumprir sua missão de promover, captar e gerar eventos em São Paulo, reunidos na bandeira dos 4 Cs ? Captação, Capacitação, Comunicação e Controle ? o SPCVB necessita dos recursos provenientes do RTF. A Captação inclui material de apoio e visitas para captação de mais eventos para a cidade. Na Capacitação estão os programas de treinamento para profissionais de atendimento para receptividade dos visitantes. A elaboração de material promocional, dicas e descontos e a campanha SÃO PAULO É TUDO DE BOM fazem parte do repertório da Comunicação. O Controle implica no levantamento de informações e dados para análise e oportunidades de negócios.

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