Apesar de manter Costa do Sauípe como destino, o desafio era grande: realizar um ÚNICO evento bilíngue inglês/português para 1.800 pessoas, em três dias. E ainda superar as expectativas do grande sucesso que foi o evento do ano anterior.
O público incluía mantenedores, diretores, coordenadores, professores e profissionais de TI e TE das novas escolas que passariam a utilizar o Sistema Uno de Ensino para um momento de troca de referências, informações e experiências. Portanto, apesar de ligados ao mundo da Educação, estávamos diante de um público não heterogêneo.
O tema do Estação REDEi 2016 foi aprendentExperiente. Além das plenárias de abertura e encerramento, as vivências colocaram os participantes como aprendentes em alguns momentos e em outros como experientes com a finalidade de promover a troca de papéis, aproximando os participantes das condições reais vivenciadas na sala de aula.
De forma inusitada, abrimos o evento com uma festa. Ou seja, o formato de celebrar na última noite do evento ficou no passado. Queríamos começar o evento em um clima inusitado, positivo e que de cara contagiasse professores e diretores.
Assim, a Celebração África foi um sucesso! A noite abertura do evento contou com shows ao vivo da Banda Ilê Ayê e de um DJ especializado em música africana contemporânea. Na pista, bailarinos profissionais colocaram todo mundo para dançar. Convidados felizes, começamos bem o evento!
Na manhã do dia seguinte, na Plenária de Abertura, era preciso falar de múltiplos protagonismos e dar voz a todos que tivessem algo a contribuir.
Na chegada, já dentro do foyer da Arena Sauípe no acesso à plenária, haviam duas portas, dois caminhos, ambos dando acesso ao mesmo ambiente, porém cada uma com um indicação distinta: uma porta era identificada como Aprendente e a outra como Experiente. O objetivo era proporcionar aos convidados a escolha de qual porta representava o seu espírito naquele dia: se ele estava na posição de Aprendente ou na posição de Experiente.
No formato da plenária, inovação: uma arena com seis palcos de tamanhos idênticos, seis mega telões com transmissão simultânea e transmissão de conteúdo e o público espalhado no entorno dos palcos. Nesse novo modelo de plenária, palestrantes e participantes, que eram encorajados a subirem aos palcos, tinham a mesma importância e protagonismo, em um ambiente imersivo e totalmente fora dos padrões habituais, mas bem a cara do UNO!
As palestras que aconteciam nos palcos eram breves, mas impactantes. Inspiradas no formato TED, cada palestrante tinha até 15 minutos para dar seu recado e em seguida tínhamos mais 15 minutos de debate com a plateia que, para falar, devia ocupar um dos lugares disponíveis nos palcos. Assim, o formato da plenária não era meramente estético, mas tinha um propósito e uma utilidade de gerar múltiplos protagonismos, dando voz a todos que de fato tivessem algo à contribuir na discussão.
Ainda na plenária de abertura, os convidados se deparavam com coletes coloridos “vestindo” as cadeiras, tipo coletes de reservas de futebol, que traziam as palavras APRENDENTE e EXPERIENTE em cada um dos lados. Em um dado momento, um dos palestrantes convidou os participantes a vestirem os coletes de suas cadeiras, escolhendo se naquele momento eles se achavam no papel de aprendente ou de experiente. Os participantes foram encorajados a usar o colete durante todo o evento, trocando de lado a depender da vivência ou da situação vivida, em uma analogia ao fato de que mesmo professores são “aprendentes” em muitos momentos da vida, inclusive em situações do âmbito escolar quando os “alunos” podem fazer o papel de “experientes”. É simples pensar nisso: quem será que domina melhor o uso de um tablet, um professor ou seu aluno de 15 anos? Essa é apenas um pequeno exemplo que que está por trás do tema AprendentExperiente.
Como evolução, no evento anterior já havíamos diminuímos a realização de seminários em formato de sala de aula de dezenas para apenas três. Mas, em 2016 nós radicalizamos: nada de sala de aula! Após a Plenária de Abertura fizemos os convidados viverem intensamente crenças e valores com vivências espalhadas pelo complexo hoteleiro que funcionaram por um período ininterrupto de doze horas.
Criamos um espaço de convivência chamado de Praça da Estação e mais um pool com nove vivências de livre visitação que geraram uma verdadeira imersão nos conceitos do UNO. Era como se o evento fosse um parque de diversões de ingresso único: cada convidado era livre para montar sua programação e visitar as atrações da forma como lhe conviesse.
As vivências eram experiências diversas: criativas, emocionais, participativas, instigantes e desafiantes, mas sempre gerando significado e impacto.
Vivências
1) A vida como ela é (salas 1, 2 e 3): como agir diante de uma situação inusitada, constrangedora, que não se espera? Você está pronto para atuar ou faz cara de paisagem? Como agir diante de uma situação contrária à sua ética pessoal? Você age segundo seus valores, os valores de sua escola ou segundo a moral? Na vivência A Vida Como Ela É os convidados poderiam escolher entre as salas disponíveis, onde escutavam sobre situações inesperadas que acontecem na escola, levando-os a reflexão de como agir e do que é ser ético. Na sequência, o grupo discutia suas opiniões com auxílio de um coach UNO.
2) Árvore Baobá: construímos uma incrível réplica da árvore africana Baobá, símbolo de conhecimento. Os participantes podiam entrar na árvore e escutar gravações de crianças que estimulavam o questionamento sobre o que é ser aprendente ou experiente. Posteriormente, os participantes escreviam suas impressões sobre a experiência.
3) Body Language: foi uma vivência ministrada em inglês onde a linguagem corporal transcendeu a oral. Os participantes puderam se exercitar e perceber que é possível aprender um novo idioma de forma lúdica.
4) Cena na tenda (tendas1, 2, 3 e 4): as tendas eram espaços de reflexão sobre a experiência vivida no Estação REDEi. Nesses espaços, os convidados, com ajuda de coaches UNO, se juntavam em rodas para debater temas do universo educacional, onde a experiência de cada participante colaborava para o crescimento de todos.
5) Mergulhos Sonoros: uma atividade ministrada em inglês sem que os participantes soubessem previamente. Através da música e da expressão corporal, os convidados puderam construir algo coletivamente.
6) #nãofecheminhaescola: o que o movimento de ocupação das escolas paulistanas pelos secundaristas mostrou para a sociedade brasileira? Os participantes assistiam a um documentário sobre os estudantes da rede pública de São Paulo. Ao fim do vídeo, uma cortina era aberta e os convidados eram surpreendidos com a presença dos estudantes envolvidos, possibilitando o compartilhamento de pontos de vista dos estudantes e dos professores.
7) Lambe-lambe: instalação lúdica, que remetia aos antigos lambe-lambes, mas usando tecnologia digital. Construímos uma réplica de um lambe-lambe que foi equipado com uma moderníssima câmera DSLR digital. As fotos foram marcadas com a hashtag #lambelambeunoi e ficaram disponíveis para download nas redes sociais do UNOi. Uma atividade “simples”, mas de enorme sucesso com os participantes.
8) O andar do bêbado?: uma rede de escalada lúdica e divertida, em que o equilíbrio e a capacidade de adaptação a situações adversas seriam colocados à prova. Os participantes subiam por uma rede suspensa e desciam por um escorregador ou uma parede de escalada. A atividade era uma reflexão sobre os obstáculos para o equilíbrio na relação professor e aluno.
9) Qualquer caminho é caminho?: Quando se tem que escolher um caminho, o que fala mais alto: o dever, o precisar ou o querer? Era essa a chamada para que os participantes seguissem por esse labirinto e descobrissem suas respostas. Os participantes entravam em uma área de vegetação serrada, organizada como um labirinto, onde a cenografia e os percursos levavam a situações impactantes e de reflexão. Atores faziam performances realistas como moradores de rua, autistas e portadores de necessidades especiais. A experiência visava questionar nossas atitudes perante a inclusão e nossa capacidade de empatia.
A Praça da Estação não era exatamente uma vivência, mas sim uma grande praça de convivência que foi montada no Centro de Convenções da Ala Terra (antigo Sauípe Park) e ocupava uma área de 700m2. Essa praça indoor era formada por quatro lounges, um para cada área do conhecimento: Matemática, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Linguagens. As quatros áreas do conhecimento foram ludicamente ambientadas com temas opostos ao que lhe são associados, criando assim um espaço inusitado, promovendo a conexão entre profissionais e criando elos entre disciplinas diferentes.
Na Plenária de Encerramento, uma verdadeira catarse, pois além do conteúdo apresentado pela diretoria UNO, os participantes foram convidados a subirem aos palcos e contarem sobre o que haviam vivido no dia anterior. Os depoimentos surpreenderam pela profundidade, pela emoção e, acima de tudo - havia ficado claro que tínhamos atingido o objetivo de tangibilizar conceitos subjetivos através de experiências objetivas.
Assim, encerramos o evento com a positiva sensação e a certeza de dever cumprido.